terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ventos e tempestades - cronica do Gen Ex Paiva Chaves.

Prezado amigo.
O Debate de ontem na Record foi um desastre como os outros três anteriores.
Aliás, o único candidato que se saiu melhor foi o SERRA.
Aquela que as estatísticas coloca em primeiro lugar como sempre não tem conhecimento da conjuntura nacional e será uma mandalete do seu Lula ou do seu Dirceu que é o supervisor da candidata oficial.
Aliá, tanto Lula como a Dilma não poderiam estar concorrendo nas eleições nem comandando o Palácio do Planalto, cadê o IMPEACHMENT, por estarem com as suas fichas sujas, NÃO, ... IMUNDAS.

Salvemos o Brasil.
Não vote em corrupto, nem em ex-guerrilheiros.

Abraço fraterno.
Castello Branco

VENTOS E TEMPESTADES

Ternuma Regional Brasília

Gen Ex Armando L. M. de Paiva Chaves

CRÔNICA 64 (26 Set 2010)

A uma semana da votação, previsões do pleito eleitoral registram ventos e tempestades. A campanha morna, sem piques de ataques, sem ênfase em programas para exercício do mandato, aqueceu-se repentinamente.

A indefinição do STF sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, depois do empate entre os ministros que votaram pró e contra, já levou um candidato a desistir de concorrer e também produzirá efeitos nos coeficientes de legendas do novo Congresso.

O postulante Roriz ao governo do Distrito Federal abriu mão de disputar a eleição, em favor de sua esposa, indicada por ele para substituí-lo. Desencanto do eleitorado candango. Repete-se aqui o arranjo hereditário aplicado pelo casal Kirchner.

O escândalo que teve como palco a Casa Civil da Presidência, engendrado e operado naqueles espaços nobres desde a chefia de Dilma, resultou nas exonerações da substituta, parentes e afins. Interrompeu a marcha ascendente e constante da candidata produzida e promovida pelo primeiro mandatário.

.Declaração do chefe do governo, que promete “derrotar jornais e revistas que se comportam como partidos políticos” desencadeou o Movimento em Defesa da Democracia, impulsionado por figuras respeitáveis do pensamento nacional, incluindo petistas históricos, subscrito por milhares de cidadãos conscientes. Reunião no Clube Militar ouviu depoimentos de destacados jornalistas e pensadores, que registraram ameaças à liberdade de expressão e põem em risco o exercício democrático.

Os três acontecimentos podem gerar reações imprevisíveis no ânimo do eleitorado, até agora majoritariamente acomodado em suas escolhas. Repentinamente, foi sacudido por mais um caso de corrupção comandado de dentro do Palácio do Planalto, imitado nos governos de Tocantins, Amapá e Mato Grosso do Sul. Por denúncias documentadas de imposição da censura. Pelo desrespeito à sua vontade expressa de vedar o acesso a qualquer cargo eletivo de portadores de prontuários sujos.

Cabe recordar que a Lei da Ficha Limpa nasceu de uma campanha que angariou cerca de um milhão e meio de adesões para apresentar projeto de lei de iniciativa popular, acolhido, votado e sancionado pelo Congresso. A indefinição da corte suprema, em vésperas de eleição, frustra e revolta a cidadania, que pela primeira vez, na atual vigência constitucional, se mobilizara em iniciativa legiferante.

Embora provavelmente não atinja percentual tão significativo, alteração nas tendências de voto das últimas pesquisas também é sintoma de frustração e revolta. De decepção com um governo que faz candidata a chefe da Casa Civil e empossa sua auxiliar de maior hierarquia, logo desnudada por esquema de corrupção montado ainda no tempo da antecessora. Que alega ignorar o que se passava sobre seus tapetes, como sempre ocorre quando hostes petistas são flagradas em ilícitos.

Em contraposição, a candidata que ocupa o terceiro lugar nas preferências do eleitorado sai de uma imobilidade de 9 a 10% para crescer, de supetão, três a quatro pontos. E sua maior bandeira é o procedimento ético inatacável.

Tudo posto num cadinho, o amálgama resultante poderá afastar a quase certeza anunciada de vitória da candidata oficial já no primeiro turno. Se houver segundo turno, as novas circunstâncias apontadas, já amadurecidas nas mentes e nos critérios do eleitorado, influirão decisivamente na campanha. Poderá haver uma reversão até aqui desconsiderada.

É uma esperança a alimentar.

A esperança de interromper a continuidade do petismo corrupto no poder.

A esperança de castigar a irreverência de um chefe de governo, que faz letra morta do múnus do cargo, da imparcialidade que deveria guardar, para promover sua candidata em comícios e atos públicos, investindo contra a imprensa livre.

A esperança de salvar o país de uma governante inconfiável, pelo passado de terrorismo e truculência, pelo exercício administrativo de mentira recorrente, pela ideologia socialista-marxista nunca renegada, que exalta os extremismos cubanos, venezuelanos, bolivianos e afins.

Resta uma semana. Para esperar e torcer.



sábado, 4 de setembro de 2010

A Escolha de Sofia - Por Rodrigo Constantino.

A ESCOLHA DE SOFIA

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." (Arnold Toynbee)

"A escolha de Sofia" é a história que acontece no campo de concentração nazista de Auschwitz, vivida por uma mãe judia, que é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha - qual seria executado e qual seria poupado.

Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem notícias dele.

A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de "decisão quase impossível de ser tomada".

O artigo a seguir foi escrito no final de 2009, pelo economista
Rodrigo Constantino - autor de 5 livros.

Ele assina a coluna "Eu e Investimentos", do jornal Valor Econômico; também é colunista do jornal O Globo; além de ser Membro-fundador do Instituto Millenium; e vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Forum da Liberdade.

Seu curriculum vai muito além do que está listado acima, é extenso e respeitável.


Segue seu artigo:

"Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia."
(por Rodrigo Constantino )

"Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

Agora, praticamente é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.

Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável.

Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista, em 1933, na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem. Mas também existem algumas diferenças importantes.

O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios, os mais abjetos, para tal meta.

O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso.

O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente
grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista.

O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, ONGs, estatais, agências reguladoras, tudo!

O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez, na Venezuela; Evo Morales, na Bolívia; Rafael Correa, no Equador.

Enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo.

A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme.

O estrago será duradouro.

Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma. Uma continuação da gestão petista através de Dilma, é um tiro certo rumo ao pior.

Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje.

Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos.

Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?!

Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo bolivariano?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia.

Mas anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal.

Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra.

(EU NÃO). Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa.

Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio à Dilma.

Meu voto não é a favor de Serra.

No dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro do governo Serra, como sou hoje do governo Lula.

Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder.

Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília.

Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo.

Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o que hoje devemos e podemos fazer!